O Panorama da Economia Brasileira em 2024

Após uma finalização de ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) surpreendeu as expectativas do mercado ao crescer 0,1% no último trimestre de 2023, ao invés de reduzir 0,2%, como era previsto, chega a hora de projetar e entender qual o prognóstico da economia brasileira para o ano de 2024.

Sob uma atmosfera de expectativas e desafios para esse setor, existem diversos fatores que poderão influenciar diretamente o cenário econômico e que direcionarão o rumo financeiro do País nos próximos meses.

Além da própria projeção do PIB, um dos principais indicadores econômicos, setores de atuação que terão destaque, inflação e taxa de juros são alguns aspectos que precisam ser levados em consideração para criar um cenário hipotético de como a economia se comportará aqui no Brasil.

Crescimento econômico

De acordo com especialistas, a tendência é que o Brasil tenha um 2024 favorável do ponto de vista econômico. A previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano tem sido ajustada positivamente, conforme indicado no Boletim Focus do Banco Central.

Prova disso é a estimativa de crescimento do PIB apontada pelo mercado, que inicialmente era de 1,52% e subiu para 1,59%, conforme dados divulgados em 08 de janeiro de 2024, refletindo um otimismo moderado em relação ao cenário econômico do País.

Apesar do crescimento na expectativa de alta do PIB neste ano, o boletim traz números que demonstram uma desaceleração no plano geral. Isso se deve ao comparativo com 2023, em que o mercado estima uma expansão de cerca de 3% no ano passado – resultado modesto, semelhante ao de 2022.

Setor de serviços puxará a economia

A previsão do mercado para 2024 é que o setor de serviços, maior empregador do país, desempenhará um papel ainda mais importante na sustentação da economia brasileira.

No fim de 2023 o desempenho da indústria e dos serviços foi além do projetado e surpreendeu o mercado de maneira positiva, com um crescimento de 0,6% também no último trimestre.

Enquanto as projeções eram modestas para os serviços e até mesmo indicavam uma possível retração para a indústria, ambos os setores superaram as expectativas. Esse desempenho robusto destaca a resiliência da economia diante das adversidades.

As projeções indicam que, em 2024, as atividades relacionadas a esse segmento representarão cerca de 65% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) — segundo dados apresentados também no Boletim Focus.

A previsão da inflação no Brasil

No Brasil, a inflação é considerada por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o ano de 2024, o mercado projetou a manutenção dessa taxa em 3,9%, mantendo uma certa estabilidade para o País e se posicionando abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta central da inflação foi definida como 3%, e apesar do IPCA apontar uma porcentagem superior a esse número, caso o índice oscile entre 1,5% e 4,5% será considerado como formalmente cumprido.

Para 2023, de acordo com o IBGE, o indicador deve fechar o ano abaixo do teto da meta de inflação — um resultado muito bom, tendo em vista que o Brasil não atingia nem sequer o teto da meta desde 2020.

Taxa de juros (Selic)

Diretamente atrelada à meta de inflação está a taxa básica de juros – a Selic. É por meio desse instrumento que o Banco Central consegue controlar o aumento dos preços de bens e serviços.

O Comitê de Política Monetária (Copom) definiu essa taxa de inflação em 11,75% ao ano e informou que promoverá novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões (seguindo a toada de 2023).

De acordo com a visão do mercado financeiro, a previsão é de que a Selic deve encerrar 2024 com o índice de 9% ao ano. A primeira reunião do Copom neste ano acontece em 30 e 31 de janeiro e os especialistas acreditam que a taxa seja reduzida de 11,75 para 11,25%.

Desafios no contexto global

Além de olhar para dentro, o mercado brasileiro deverá se preocupar também com os desafios econômicos globais. Conforme indicado pelo relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2024, da ONU, o crescimento econômico mundial deve desacelerar em 2024.

A estimativa inicial do crescimento global era de 2,7% em 2023, e passa a ser de 2,4% em 2024. Esse desempenho, caso confirmado, estará abaixo da taxa de crescimento pré-pandemia, de 3,0%, o que impacta diretamente as expectativas do Brasil no cenário macro — uma vez que as exportações devem contribuir menos no resultado esperado, ao passo que a expectativa para os investimentos é de uma reação bastante tímida.

O ano de 2024 tem um prognóstico de otimismo, sem deixar de ter uma série de desafios a serem enfrentados pela economia brasileira. Enquanto o setor de serviços emerge como o protagonista de um possível crescimento, será fundamental lidar com os desafios globais e manter um equilíbrio na inflação.

Fontes: Banco Central | ONU | Forbes | Agência Brasil | G1

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