A influência chinesa no renascimento das marcas de luxo

Após um período desafiador de desvalorização, as principais marcas de luxo do mundo experimentaram um ressurgimento em 2024. Com a incerteza quanto à recuperação pós-pandemia, a reabertura do mercado chinês trouxe um novo fôlego para as gigantes do setor, embora algumas marcas menores ainda enfrente dificuldades em justificar o aumento de preços.

De acordo com o Kantar BrandZ Most Valuable Global Brands 2024, as marcas de luxo registraram um crescimento médio de 8% neste ano, em contraste com a queda de 4% observada entre 2022 e 2023. A análise abrange dez empresas de segmentos como moda, acessórios, relojoaria e perfumaria, totalizando um valor bruto de marca de impressionantes US$ 356 bilhões.

Esses resultados oferecem um alívio para o setor, especialmente após os temores expressos em relatórios do ano passado, que levantaram preocupações sobre o mercado chinês e a recuperação do turismo. Analistas apontavam que o crescimento estava lento devido à economia estagnada e mudanças nos hábitos de consumo.

Embora o turismo internacional ainda não tenha se recuperado completamente, o consumo local na China cresceu 12%, conforme uma pesquisa da Bain & Company. O mercado de luxo no país passou por uma transformação para atrair consumidores ainda mais abastados, enquanto a participação das vendas dos Estados Unidos também aumentou.

Nos últimos cinco anos, as marcas de luxo têm se adaptado a variações na demanda por meio do aumento de preços, uma estratégia que, embora esteja começando a mostrar sinais de desgaste, tem sido eficaz para as principais companhias do setor. Contudo, a justificativa para esses aumentos tem se mostrado mais complexa para algumas marcas.

Marcas icônicas como Louis Vuitton (LVMH), Hermès e Chanel se consolidaram como “super-marcas” que atravessam diversas categorias. Essa busca por status impulsionou movimentos estratégicos de outras grandes, como Dior e Gucci. Por exemplo, a Prada viu um crescimento impressionante de 80% nas receitas da sua linha Miu Miu e lançou recentemente uma linha de maquiagem, enquanto a Fendi tem investido em eventos de grande visibilidade para expandir sua imagem além das peles.

No ranking de valor de marca, apenas quatro marcas de luxo se destacam: Louis Vuitton (12ª), Hermès (17ª), Chanel (36ª) e Gucci (76ª). Hermès se destacou com um aumento de 23%, enquanto a Gucci viu uma queda de 9%.

Além disso, a Rolex, apesar de não estar entre as 100 principais marcas, alcançou um recorde histórico em valor de marca.

Valor das Marcas (US$ bilhões):

• Louis Vuitton: 129,85 bilhões
• Hermès: 93,67 bilhões
• Chanel: 60,15 bilhões
• Gucci: 23,82 bilhões
• Dior: 11,98 bilhões
• Cartier: 10,51 bilhões
• Rolex: 9,09 bilhões
• Saint-Laurent/YSL: 6,5 bilhões
• Tiffany & Co: 6,2 bilhões
• Prada: 5,12 bilhões
  
  Fonte: InfoMoney
  
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