Fusões e aquisições internacionais: 5 estratégias eficazes para garantir o sucesso global da sua empresa

Em um cenário de negócios cada vez mais globalizado, fusões e aquisições (o famoso M&A, na sigla em inglês) internacionais surgem como estratégias substanciais para empresas que desejam expandir operações, aumentar competitividade e acessar novos mercados.

Seja para levantar capital para iniciar as operações em solo estrangeiro, para alavancar um projeto embrionário ou ainda escalar as operações já existentes, diversificar produtos e explorar novos mercados, as fusões e aquisições se mostram como uma oportunidade que, se bem estruturada, pode render bons frutos para todas as partes envolvidas.

No entanto, esse processo não costuma ser simples e envolve desafios significativos, que vão desde barreiras regulatórias e diferenças culturais até riscos financeiros e de reputação no mercado.

Para garantir o sucesso de uma fusão ou aquisição internacional, é muito importante adotar estratégias eficazes que minimizem riscos e potencializem oportunidades. Veja cinco abordagens fundamentais para conduzir um M&A bem-sucedido no cenário global.  

Due Diligence: investigue profundamente antes de avançar  

A realização de um due diligence (diligência prévia, em português) é um dos passos mais críticos em qualquer fusão ou aquisição, especialmente quando se trata de negócios internacionais.

Esse processo envolve uma análise minuciosa da empresa-alvo, desde a saúde financeira até a situação jurídica,  para garantir que todos os riscos e oportunidades estejam devidamente compreendidos.  

Aspectos a serem considerados incluem:  

– Financeiro: análise de balanços, passivos ocultos, fluxo de caixa e se a empresa não está em recuperação judicial;

– Regulatório: cumprimento das normas locais, pendências trabalhistas e possíveis implicações legais;

– Operacional: maturidade da empresa, condições de mercado, eficiência dos processos e capacidade produtiva;  

– Cultural: fit cultural, pilares éticos e diferenças organizacionais que podem impactar a integração pós-aquisição.

Realizar uma diligência prévia abrangente faz com que você entenda com que tipo de organização a sua empresa estará associada a partir da fusão ou aquisição, e reduz as chances de surpresas desagradáveis e aumenta a segurança da operação.  

Estratégia de integração: alinhe operações e cultura corporativa  

Um dos maiores desafios em fusões internacionais é a integração eficiente das operações e dos valores organizacionais. Divergências no modo de gestão e nos hábitos corporativos, algo comum quando pensamos em corporações de diferentes países, podem afetar diretamente a produtividade, o engajamento dos funcionários e a harmonia no ambiente de trabalho.

Para mitigar esse risco, é essencial:  

– Criar um plano detalhado de integração, definindo atribuições, responsabilidades e prazos a serem executados;

– Envolver líderes das duas empresas nos processos para garantir uma transição suave e que não exista gap de informações, planejando bem como a comunicação sobre cada tempo e movimento será clara e assertiva;

– Respeitar e valorizar diferenças culturais, deixando claro que os valores e planos das empresas são compatíveis com os objetivos estratégicos em comum das companhias;

– Utilizar tecnologia para padronizar processos e melhorar a comunicação. 

Uma integração bem planejada reduz conflitos e acelera os benefícios da fusão, garantindo assim uma transição verdadeiramente eficiente e vantajosa para ambos os lados.

Gestão de riscos financeiros e cambiais

Fusões e aquisições internacionais envolvem transações em diferentes moedas, tornando essencial uma estratégia robusta para gerenciar riscos financeiros e cambiais. A volatilidade nas taxas de câmbio pode afetar diretamente o custo da operação, impactando a precificação dos ativos adquiridos e o retorno sobre o investimento.

Além disso, variações cambiais inesperadas podem comprometer projeções financeiras e margens de lucro, tornando a previsibilidade um fator crucial para o sucesso da transação.   Algumas estratégias para mitigar esses riscos incluem:  

– Hedge cambial: a adoção de contratos futuros, opções ou swaps cambiais auxilia na proteção da empresa contra oscilações imprevistas no câmbio. Esse tipo de instrumento permite fixar taxas futuras de conversão, garantindo maior estabilidade nos custos da transação e reduzindo a exposição a perdas financeiras inesperadas.

Com o Travelex Bank a sua empresa pode realizar a trava de exportação, modalidade voltada para organizações exportadoras que permite fixar, antecipadamente, uma taxa de câmbio para uma data futura. Isso permite uma maior previsibilidade de valores a serem gastos.

– Diversificação geográfica: manter ativos e receitas em diferentes moedas pode ser uma estratégia eficaz para reduzir a vulnerabilidade a flutuações cambiais. Empresas que operam em diversos países podem minimizar riscos ao distribuir investimentos, fornecedores e fontes de receita em distintos mercados.

Isso pode incluir desde a manutenção de contas bancárias em múltiplas moedas até a diversificação do portfólio de clientes e parceiros comerciais, garantindo maior flexibilidade para lidar com cenários econômicos adversos.

– Planejamento tributário internacional: a estruturação fiscal de uma fusão ou aquisição pode ter um impacto significativo na rentabilidade da operação. Cada país possui regras específicas sobre tributação de investimentos estrangeiros, repatriação de lucros e incidência de impostos sobre transações internacionais.

Dessa forma, contar com especialistas em tributação global é fundamental para otimizar a carga tributária, evitando bitributação (quando dois entes tributantes cobram dois tributos sobre o mesmo fato gerador) e aproveitando incentivos fiscais disponíveis em determinadas jurisdições.

Uma estratégia bem definida pode incluir a escolha de locais estratégicos para sediar operações financeiras, a análise de tratados internacionais que evitem impostos excessivos e a utilização de estruturas como holdings ou subsidiárias em países que ofereçam condições fiscais mais favoráveis.  

Conformidade regulatória  

Cada país possui um ambiente regulatório específico, e negligenciar aspectos legais pode resultar em penalidades severas ou até mesmo no bloqueio da operação.  

Para garantir conformidade regulatória, é de suma importância consultar especialistas em direito internacional e fusões e aquisições. Além disso, avalie junto aos demais executivos a possibilidade de leis antitruste, restrições a investimentos estrangeiros e exigências de governança.

Do ponto de vista financeiro, é fundamental também considerar o impacto da operação em termos de impostos, benefícios trabalhistas e obrigações contratuais.  A antecipação dessas e outras questões regulatórias evita complicações jurídicas que podem comprometer o sucesso da transação.  

Estratégia de comunicação: alinhe expectativas e evite ruídos  

A forma como a fusão ou aquisição é comunicada pode impactar diretamente a aceitação de colaboradores e investidores, o que pode refletir no sucesso ou não da operação.

Os objetivos e benefícios da transação precisam estar bem alinhados e definidos para serem transmitidos de maneira assertiva a todas as partes envolvidas na M&A, de ponta a ponta.

Dicas para uma comunicação eficaz:  

– Criar um plano de comunicação interna para manter as equipes informadas e engajadas;

– Utilizar múltiplos canais para alcançar diferentes públicos (redes sociais, imprensa, comunicação interna);

– É fundamental ter transparência sobre mudanças estruturais e seus impactos nos envolvidos;

– Destacar os benefícios da fusão para todos os stakeholders, a fim de acalmá-los e minar um possível cenário de desconfiança e incerteza.  

Fusões e aquisições internacionais podem ser um caminho poderoso para o crescimento global de uma empresa, mas exigem planejamento e execução meticulosos. Ao adotar estratégias sólidas – desde a due diligence até a gestão de riscos e a comunicação eficiente – as chances de sucesso aumentam significativamente.  

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