Importação e exportação para PME: entenda os desafios e as oportunidades

Expandir os negócios para além das fronteiras nacionais é uma estratégia cada vez mais adotada por pequenas e médias empresas (PMEs) que desejam crescer e se destacar no mercado nacional, e por que não também no global?

A importação e exportação podem trazer vantagens competitivas, como acesso a fornecedores mais baratos, novos mercados consumidores e diversificação do portfólio de produtos. No entanto, também existem desafios, que vão desde burocracia e processos regulatórios até variações cambiais e problemas de logística. 

Caso uma empresa esteja considerando iniciar ou expandir operações no comércio exterior, é muito importante compreender os principais aspectos desse processo. Apesar das inúmeras vantagens, importar e exportar exigem planejamento estratégico e conhecimento sobre regras e regulamentações.

Os principais desafios

• Burocracia e regulamentação

Cada país possui regras próprias para importação e exportação, o que pode tornar o processo complexo. No Brasil, por exemplo, empresas que desejam atuar no comércio exterior precisam estar registradas no Radar Siscomex, sistema da Receita Federal que habilita operações de além das fronteiras. É necessário também compreender o Regime Aduaneiro, que determina taxas, tributos e exigências para cada tipo de mercadoria.

Outro ponto importante é a classificação fiscal dos produtos, definida pelo código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), convenção de categorização de mercadorias adotada desde 1995 pelo Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina e que toma por base o Sistema Harmonizado. Esse codificação influencia na tributação e pode impactar diretamente os valores envolvidos na operação.

• Variação cambial  

A oscilação de moedas estrangeiras tem impacto direto no preço dos produtos importados e exportados — e consequentemente o lucro. Empresas que compram insumos do exterior precisam se atentar às variações do câmbio, pois uma valorização da divisa internacional em relação ao real pode aumentar consideravelmente os custos de produção.

Da mesma forma, na lógica oposta, uma desvalorização da moeda estrangeira pode baratear o custo de aquisição das mercadorias no exterior. De acordo com o planejamento de cada empresa e do tipo de negócio, quando o real estiver valorizado pode ser uma boa oportunidade para aumentar o estoque, protegendo-se assim de eventuais aumentos da divisa internacional.

Porém, para minimizar riscos, existem algumas estratégias já bem consolidadas no mercado e que podem ser adotadas, como a utilização de contratos de hedge, que protegem o valor da mercadoria contra flutuações cambiais, e o planejamento de pagamentos em moeda estrangeira, considerando períodos de menor volatilidade.

A variação cambial é um dos fatores que podem impactar diretamente a rentabilidade de uma empresa que atua no comércio exterior. A proteção cambial ajuda a mitigar esse risco, proporcionando maior previsibilidade financeira para a sua empresa.

No Travelex Bank é possível realizar a trava de exportação,  modalidade voltada para empresas exportadoras que permite fixar, antecipadamente, uma taxa de câmbio para uma data futura. Dessa forma, o exportador pode garantir a previsibilidade do fluxo de caixa ao definir previamente a cotação cambial, reduzindo o impacto de flutuações inesperadas.

• Como funciona?

• A operação pode ser realizada assim que a exportação for negociada, mesmo antes do embarque das mercadorias;

• A liquidação acontece na data pré-estabelecida, com a efetivação do câmbio nos valores e quantidades acordadas
  
• No vencimento, a empresa recebe uma Ordem de Pagamento e solicita a liquidação da trava conforme as condições negociadas inicialmente, sem reajustes.

• Logística e tempo de entrega

O transporte internacional envolve diversos modais, como marítimo, aéreo e terrestre, cada um com prazos e custos distintos. Além disso, atrasos na alfândega e exigências fiscais ou sanitárias podem impactar a previsão de entrega das mercadorias.  

Para evitar problemas logísticos, as empresas devem contar com parceiros confiáveis, como despachantes aduaneiros e transportadoras especializadas. Além disso, a digitalização tem ajudado muitas PMEs a acompanharem as operações em tempo real, permitindo maior controle sobre os prazos.  

As principais oportunidades da importação e exportação para PMEs

• Acesso a insumos e produtos mais baratos

A importação permite que PMEs comprem insumos e produtos a preços mais competitivos, reduzindo custos e aumentando a margem de lucro. Países como China, Estados Unidos e Alemanha são grandes fornecedores de matérias-primas e componentes que podem ser vantajosos para as empresas brasileiras e que dependem do mercado local. 

Além disso, com a globalização e avanços logísticos, hoje é possível importar em menor escala, o que permite que empresas menores também se beneficiem dessa prática sem precisar de grandes estoques iniciais.  

• Expansão para novos mercados

Exportar produtos para outros países pode ser uma excelente forma de expandir os negócios e reduzir a dependência do mercado interno. Países da América Latina, por exemplo, são mercados promissores para empresas brasileiras, devido à proximidade geográfica e acordos comerciais que reduzem tarifas de exportação.  

O Brasil possui acordos comerciais com diversos blocos econômicos, como o Mercosul, a União Europeia e o Acordo de Complementação Econômica (ACE), o que facilita o acesso a mercados internacionais com tarifas reduzidas e menos barreiras comerciais.  

• Incentivos governamentais 

Para incentivar a participação de pequenas e médias empresas no comércio exterior, o governo brasileiro oferece diversas iniciativas, como:  

– Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX): oferecido pela Apex-Brasil, capacita empresas para atuar no mercado internacional;

– Drawback: permite a suspensão ou eliminação de impostos sobre insumos importados para a produção de bens que serão exportados;

– PROEX (Programa de Financiamento à Exportação): oferece crédito para empresas brasileiras que desejam exportar seus produtos.  

Esses incentivos podem ajudar empresas a reduzir custos, planejar adequadamente sua jornada de exportação ou ainda ganhar competitividade no mercado do exterior.  

Como começar a importar ou exportar?

Caso uma empresa deseje ingressar no comércio exterior, seguir algumas etapas pode facilitar o processo:  

Realizar um estudo de mercado: antes de importar ou exportar, avalie a demanda, concorrência e viabilidade econômica da operação, de acordo com a realidade financeira e estratégica da companhia.

Leia mais: Educação financeira para pequenas e médias empresas 

Habilitar-se no Radar Siscomex: para operar legalmente no comércio exterior, a empresa precisa estar cadastrada na Receita Federal. Dessa forma, o negócio terá respaldo fiscal e poderá realizar as negociações com maior tranquilidade.

Escolher parceiros confiáveis: contar com fornecedores, transportadoras, despachantes aduaneiros e instituições de câmbio experientes auxilia para que todo o processo de exportação e importação seja fluido e sem dores de cabeça.

Avaliar opções de financiamento e proteção cambial: explorar linhas de crédito específicas para importação/exportação e adotar estratégias para minimizar riscos financeiros.  Uma excelente opção é o Adiantamento de Operações de Câmbio, serviço que o Travelex Bank disponibiliza e que pode ser feito antes ou após o embarque das mercadorias.

Investir em tecnologia: plataformas digitais de comércio exterior podem otimizar processos e reduzir burocracias.  

Importar e exportar podem ser estratégias valiosas para pequenas e médias empresas que buscam crescimento e competitividade no mercado global. Apesar dos desafios, há inúmeras oportunidades para quem se prepara e investe no comércio exterior de forma estruturada. 

Leia mais: As melhores práticas para pequenas e médias empresas que operam no mercado de câmbio – Travelex

AOC: entenda como funciona o Adiantamento de Operações de Câmbio

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