Quais são os principais parceiros internacionais do agronegócio brasileiro?

Você já parou para pensar nos países que mais importam produtos brasileiros? 

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais dinâmicos e fundamentais para a economia do país. Ele abrange todas as atividades ligadas à produção, industrialização e comercialização de produtos agropecuários – desde cultivo no campo até a exportação de mercadorias como grãos, carnes, açúcar, café e produtos florestais.

No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou US$ 82,39 bilhões em produtos do agronegócio, registrando o segundo maior valor histórico de exportações. As principais nações importadoras desses produtos incluem a China, a União Europeia, os Estados Unidos e países do Sudeste Asiático, além de grandes parceiros comerciais no Oriente Médio.

Saiba mais sobre a capacidade do Brasil de se manter como um dos maiores exportadores globais de commodities agrícolas e um importante fornecedor de alimentos e matérias-primas para diversas nações ao redor do mundo, e os principais parceiros internacionais desse comércio.

China

A China se destaca como o maior importador dos produtos agrícolas brasileiros, especialmente do complexo da soja, que é o carro-chefe das exportações do agronegócio do Brasil. A potência asiática absorve uma grande parte da produção de soja brasileira, usada principalmente para a produção de ração animal. 

Em 2024, as exportações de soja do Brasil somaram US$ 33,53 bilhões, representando 40,7% do total exportado pelo agronegócio. Grande parte desse montante foi destinado à China, que tem uma demanda crescente por soja devido ao seu enorme rebanho de suínos e aves. 

Além da soja, o país também importa carnes e celulose do Brasil, consolidando-se como o principal parceiro comercial do setor agrícola brasileiro.

União Europeia

A União Europeia é o segundo maior bloco importador dos produtos do agronegócio brasileiro. Diferente da China, que foca em produtos específicos como a soja, a Europa adquire uma diversidade maior de mercadorias. 

Entre os itens mais importados estão carnes, café e produtos florestais, como a celulose. A carne bovina brasileira, por exemplo, é amplamente consumida na Europa, sendo valorizada pela sua qualidade e pelo rigor dos controles sanitários. 

Em 2024, o setor de carnes exportou US$ 11,81 bilhões, e uma parte significativa desse valor foi destinada aos mercados europeus.

Além da carne, o café brasileiro é altamente apreciado no continente europeu. O Brasil, maior produtor de café do mundo, exportou US$ 5,31 bilhões em 2024, um aumento expressivo de 46,1% em relação ao ano anterior. 

Países como Alemanha, Itália e França são os maiores consumidores de café brasileiro, tornando a União Europeia um mercado vital para esse produto.

Estados Unidos

Os Estados Unidos também figuram entre os principais importadores do agronegócio brasileiro, com destaque para o café e os produtos florestais, especialmente a celulose. O Brasil é o segundo maior fornecedor de café para os EUA, com exportações que atingiram recordes no primeiro semestre de 2024. 

Além do café, o setor de produtos florestais, que gerou US$ 8,34 bilhões em exportações, tem os Estados Unidos como um dos maiores compradores de celulose brasileira. Essa matéria-prima é fundamental para a indústria de papel e papelão, que depende da alta qualidade da celulose produzida no Brasil.

Oriente Médio

Os países do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, são grandes consumidores de carne bovina e frango brasileiros. Com tradições alimentares que demandam produtos halal (alimentos permitidos na Lei Islâmica), o Brasil tem se especializado na exportação de carne certificada para atender às exigências religiosas desses países. 

Em 2024, o setor de carnes do Brasil, especialmente a carne bovina, viu um crescimento significativo de 18,3%, com a Arábia Saudita sendo um dos principais destinos dessas exportações.

Além das carnes, o açúcar brasileiro também é amplamente exportado para o Oriente Médio. O setor sucroalcooleiro registrou um aumento de 54,1% nas exportações, com o açúcar bruto atingindo recordes em 2024. O crescimento da demanda por açúcar nos países do Oriente Médio se deve ao aumento do consumo interno, bem como à necessidade de atender às indústrias alimentícias locais.

Sudeste Asiático

O Sudeste Asiático tem se tornado um mercado cada vez mais relevante para o agronegócio brasileiro. Países como Indonésia, Tailândia e Vietnã importam grandes volumes de grãos, carnes e produtos florestais. 

A soja e o milho brasileiros são utilizados na alimentação de animais, enquanto as exportações de carne de frango e suína também têm aumentado para a região, refletindo uma maior integração comercial com esses mercados.

Destaques da Balança Comercial do 1º semestre de 2024

Carnes 

• Segundo maior setor exportador: US$ 11,81 bilhões. 
• Crescimento de 1,6% em comparação com 2023. 
• Carne bovina: 48,1% do valor exportado (US$ 5,14 bilhões, +18,3%). 
• Quantidade de carne bovina in natura exportada: 1,14 milhão de toneladas (+29,1%). 

Complexo sucroalcooleiro 

• Exportações cresceram 54,1% (de US$ 5,99 bilhões em 2023 para US$ 9,22 bilhões em 2024). 
• Açúcar: US$ 8,66 bilhões (+62,8%). 
• Açúcar de cana em bruto: US$ 7,21 bilhões (14,33 milhões de toneladas). 

Produtos florestais 

• Crescimento de 11,9% (US$ 8,34 bilhões). 
• Celulose: 59,6% do total (US$ 4,97 bilhões, +19,5%). 
• Quantidade de celulose exportada: quase 10 milhões de toneladas (+15,9%). 

Café 

• Vendas externas: USS 5,31 bilhões (+46,1% em valor, +52,1% em quantidade). 

Outros produtos

• Algodão não cardado e não penteado: recorde de US$ 2,68 bilhões +236% (1,39 milhão de toneladas +228%). 
• Suco de laranja: recorde de US$ 1,25 bilhão +22%).

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Fonte: Estadão | Gov.br