Reduflação? Entenda o conceito

As pessoas provavelmente já se depararam com produtos que costumam comprar e, de repente, percebem uma redução no tamanho da embalagem, mas com o mesmo preço de antes. Um exemplo clássico é o saco de batata frita que parece cada vez mais ter mais ar do que batata. Essa prática, conhecida como reduflação, não é nova. As marcas frequentemente reduzem o tamanho das embalagens para evitar aumentar os preços.

E isso também não é algo exclusivo do Brasil. Indústrias em todo o mundo adotam essa prática. Recentemente, o presidente dos EUA, Joe Biden, demonstrou sua insatisfação com a reduflação em um vídeo, afirmando: “O que mais me deixa irritado é que as embalagens de sorvete diminuíram de tamanho, mas não de preço”.

Embora isso não seja ilegal, a redução na quantidade de produto deve ser informada aos consumidores. Geralmente, os fabricantes colocam avisos sutis como “nova embalagem”. Cabe ao consumidor prestar atenção às informações técnicas do item, não somente ao design.

No Brasil, apenas em 2023, foram identificados 24.570 produtos que passaram por esse processo, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). A reduflação, segundo o estudo, reduziu o poder de compra do brasileiro em 3,87%.

Embora o encolhimento dos produtos seja capturado nos dados oficiais de inflação, outra prática que afeta os consumidores não é contabilizada nas estatísticas. As empresas, às vezes, utilizam materiais mais baratos para reduzir os custos, em uma prática conhecida como “skimpflation”. Esta é muito mais difícil de ser medida pelo governo.

Skimpflation, quais as diferenças entre esse conceito e a reduflação

Se o seu rolo de papel toalha custa o mesmo, mas você está recebendo menos folhas, isso é chamado de reduflação. Essa prática se reflete como um aumento de custo unitário na inflação oficial. Por outro lado, se as toalhas de papel mantêm o mesmo tamanho, mas são feitas de um material inferior, isso não é registrado como inflação pelo governo e é conhecido como skimpflation.

Outros exemplos de skimpflation incluem o uso de ingredientes de qualidade inferior para fabricar o mesmo produto final ou a mudança de uma embalagem mais cara, como um fechamento ziplock, para uma comum e mais barata. Essas alterações sutis podem passar despercebidas pelos consumidores, mas afetam a qualidade do produto e a experiência do usuário.

Tanto uma prática quanto a outra funcionam porque os consumidores costumam focar mais nos preços do que no tamanho das embalagens ou na qualidade dos produtos. E nem todas as mudanças são perceptíveis. As marcas podem usar artimanhas como manter o mesmo tamanho de um pote, mas aumentar o recuo no fundo da embalagem.

Ambas são estratégias que as empresas utilizam há muito tempo para diminuir custos sem aumentar diretamente os preços visíveis aos consumidores. No entanto, essas práticas podem impactar a percepção de valor e a experiência do cliente com o produto e, se não forem bem gerenciadas, podem prejudicar a reputação da marca.

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Fonte: g1, Estadão e IstoÉ Dinheiro